domingo, 16 de agosto de 2009

O Ultimo Samurai


É curioso constatar como apostas tidas como certas às vezes não funcionam muito bem na bilheteria. O Último Samurai tem tudo para agradar o grandepúblico mas misteriosamente não teve um bom retorno financeiro nos EUA.

No comando deste épico está Edward Zwick que apesar de não ser um cineasta já tem um bom curriculum na bagagem, foi produtor de 'Traffic' e 'Shakespeare Apaixonado' e diretor de Lendas da Paixão e de outro bom épico 'Tempo de Glória'. A intenção com 'O Último Samurai' foi abordar de forma grandiloquente a filosofia destes guerreiros japoneses que tinham na honra, justiça e disciplina a base de todo o seus ensinamentos. As locações são belíssimas, muitas tomadas abertas e com uma reprodução de época (1876) impecável.

Tom Cruise vive o capitão Nathan Algren que está em plena crise de consciência por ter combatido e assassinado dezenas de índios. Sente-se tão mal que está entregue à bebida e não tem mais motivação na vida. Mesmo assim é designado para uma missão especial, treinar o exército japonês com armas de fogo para conter uma revolta de samurais. Numa luta Algren é capturado justamente por estes guerreiros e ai começa a sua transformação. Primeiro o estranhamento com cultura e costumes tão diversos. Aos poucos vai assimilando tudo. Nesse processo de adaptação tem contato com o lider dos samurais, Katsumoto, o excelente Ken Watanabe. É claro que dessa relação vai crescer uma mútua admiração. Paralelamente surge o envolvimento da irmã de Katsumoto com o americano, que é mostrado de forma muito sutil. A última cena de batalha é a mais emocionante, mostra bem como a brutalidade por sí só pode ser vencida pela engenhosidade.

Cruise está discreto, não chega a ter grande desempenho mas também não atrapalha o filme é mesmo de Ken Watanabe, que compra a cena sempre que aparece. É claro que como grande porém, e é necessário dizê-lo aqui, é a previsibilidade de tudo, nos primeiros instantes da fita já sabemos exatamente como acabará.
Título Original: The Last Samurai
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 154 min
Ano de Lançamento: 2003
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 605 mb

Operação França


Pode parecer irônico, mas é refrescante saber que Laranja Mecânica "perdeu" o Oscar para Operação França. Ao mesmo tempo em que o filme de Stanley Kubrick mostrou-se inovador com sua visão pessimista (e real) do futuro, este clássico policial do até então promissor William Friedkin possui mais cenas antológicas do que qualquer filme policial já feito. Friedkin mostrava-se um cineasta com olho apurado, técnica esperta e muita ousadia na direção de cada tomada que compunha seus filmes. Operação França, que deu o Oscar de melhor diretor e melhor filme à Friedkin, é um exercício dos mais fascinantes e empolgantes do gênero.

Mais do que isso, diga-se, instaurou um paradigma sobre os futuros filmes do gênero. Friedkin elaborou uma trama simples e objetiva. Bem roteirizada e dirigida, porém, mantém o espectador atento a tudo. Aqui, um suspiro significa muito. O cineasta que faria O Exorcista no ano seguinte mantém o clímax durante todo o filme, elevando-o ao ápice extremo na cena final, magistral e sujestiva. Aliás, as cenas de ação vistas aqui são inesquecíveis. Friedkin primou pelos cortes longos e, nas cenas de perseguição a pé, praticamente abduziu diálogos e trilha sonora, o que acaba deixando o espectador tenso e ansioso pelo desfecho, já que ouvimos os passos e, com a ajuda da excelente fotografia de Owen Roizman (que abusa dos enquadramentos laterais e faz bastante uso do chicote), sentimos como se estivéssemos dentro da ação.

Além disso, é possível notar que o diretor dedica-se exclusivamente para cada tomada do longa-metragem. E isso fica ainda mais evidente quando vemos a maneira com que as perseguições são conduzidas. A mais clássica delas, quando quatro detetives seguem dois suspeitos durante vários quarteirões numa longa seqüência muito bem montada, já virou referência a partir do momento em que foi concebida, tamanha é a classe e a eficiência utilizada por Friedkin e sua equipe. Ou você prefere aquele momento antológico no trem, com todo aquele vai e vem crescente de tensão. Há ainda quem coloque a inesquecível tomada na escadaria como a mais brilhante já feita dentro do gênero. Mas Operação França não é só uma espetacular direção.

A construção dramática é impecável, focando diretamente dois detetives: Jimmy "Popeye" Doyle (Gene Hackman) e Buddy "Cloudy" Russo (Roy Scheider). O roteiro escrito com garra por Ernest Tidyman, baseado no livro de Robin Moore, conta a história real da investigação que resultou na maior apreensão de heroína da história dos EUA. Inserindo alguns detalhes fictícios, Tidyman elabora com perfeição todo o envolvimento dos detetives (na vida real, Eddie Egan e Sonny Grosso, que ainda fazem pequenas pontas no filme) "em busca do ouro", além de entregar personagens consistentes e e extremamente realistas para Hackman e Scheider.
O realismo marcante na cena da perseguição de carro (que acabou resultando em uma batida que não estava planejada, mas que foi mantida devido ao seu realismo) pode ser visto em igual teor nos personagens de Gene Hackman e Roy Scheider. O roteiro mostra Doyle (Hackman) como um policial impetuoso, mal-encarado e bastante violento. Algo tão realista que assusta. Já Russo faz o tipo mais correto, que segue as táticas investigativas com mais afinco. Destaque para Gene Hackman, que impressiona pela veracidade com que apresenta seu personagem. Roy Scheider, que tem um personagem menos complexo e intenso, não decepciona, porém.

Nada mais prazeroso do que assistir um filme feito com amor e competência por um grande realizador. É exatamente isso que William Friedkin é, um realizador de filmes. Além de mostrar que a edição é a peça chave para um bom suspense, Friedkin já mostrava talento hábil para dirigir cenas de ação. Operação França pode ser considerada a obra-prima que de fato é.
Título Original: The French Connection
Gênero: Policial
Tempo de Duração: 104 min
Ano de Lançamento: 1971
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 348 mb

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pausa

Estou com uns problemas no computador e vou ter que levar para arrumar, daqui uma semana no maximo o Blog voltara a ativa !

Obrigado pela atenção

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Um Corpo Que Cai(Vertigo)


Alfred Hitchcock era um autor. Mesmo que seus filmes tenham mantido sempre a mesma linha de suspense, mudando somente as histórias, Hitch conseguia injetar o suspense onde menos se espera e, como ninguém, manipulava sua câmera da maneira mais inovadora possível. Apesar do esqueleto narrativo de praticamente toda sua filmografia ser parecido, incrivelmente o cineasta conseguia de reinventar a cada filme. Salvo isso, "Vertigo" é o filme mais diferente de Hitchcock. Quando foi lançado, "Vertigo" recebeu um reconhecimento medíocre, e hoje é considerada por muitos a obra máxima do mestre do suspense. Na verdade, quase todas suas películas são obras máximas, afinal.

Em "Vertigo", Hitch trai o espectador divindo a trama em duas histórias totalmente distintas. Na primeira parte, o cineasta trata o longa como um drama sobrenatural com caráter intimista. De repente, a trama pula para uma história sobre um homem obcecado por um fantasma. De louco apaixonado, o detetive passa para um enlouquecido e paranóico sujeito. Claro que o filme entrega momentos fantasiosos, como a cena em que o corpo da mulher cai no telhado. Porque o personagem de James Stewart, que é um detetive, não foi dar assistência a vítima. No entanto, momentos assim explicam o real significado do adjetivo gênio, dado a Hitch. Não há explicação para tudo em filmes do diretor, o espectador tem de correr atrás e tirar suas próprias conclusões enquanto há dúvidas.

O filme se passa na cidade mais aconchegante dos Estados Unidos, São Francisco. Onde um detetive aposentado (James Stewart) que foi afastado da polícia por problemas de saúde, logo depois de ver seu parceiro morrer, sofre de um terrível medo de altura é encarregado de vigiar uma mulher (Kim Novak) com possíveis tendências suicidas, até que algo estranho acontece nesta missão.

Com um estudo de personagem minucioso e altamente detalhado, Hitchcock pincela, à sua maneira, a dupla de protagonistas principais. Repare na mudança dos personagens, Hitch gera confusão na cabeça do espectador, agregando mais tensão e dúvidas sobre o desfecho da história. Levando a risca a idéia de "as coisas não são o que parecem ser" e "nunca confie demais", Hitchcock transborda classe e eficiência enquanto desfila seu novo truque de câmera. Vertigo, o truque que empresta nome ao filme, é a sequência de zooms e afastamento da câmera, que dá ao público a sensação de vertigem sentida pelo personagem de James Stewart. Brilhante.

Tendo como grande aliado a direção de Hitchcok, a fotografia desempenha função importante na hora de incluir veracidade no visual do filme. A fotografia colorida transparece com um vermelho crepúsculo, o que ajuda nos momentos de suspense dando mais melancolia a cada cena. Ainda com uma trilha sonora assustadoramente impecável, "Vertigo" proporciona uma das cenas mais memoráveis (e assustadoras) do cinema de Hitchcock. Se até Scorsese disse que "Vertigo" é a obra mais pessoal do mestre, quem sou eu para discordar.

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Título Original: Vertigo
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 128 min
Ano de Lançamento: 1958
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 402 mb

Nascido para Matar(Full Metal Jacket)


Ninguém nunca gostou da guerra. Muito menos quem está dentro dela, ou preparando-se para ela. No cinema, a guerra geralmente é tratada com cuidado excessivo, quando dirigida por grandes cineastas. Foi assim com "Glória Feita de Sangue", de Stanley Kubrick, e com o implacável "Platoon", de Oliver Stone. Isso só para citar alguns. Incansável, Kubrick ainda voltaria ao tema em 1987, exatamente 30 anos após seu "Paths of Glory", que acabou servindo de prelúdio para o filme em questão. E com "Nascido Para Matar", seu penúltimo filme, o cineasta reafirma seu multitalento, afinal, é praxe e todo mundo sabe que Stanley Kubrick produziu mais uma obra-prima dentre as tantas de sua carreira.

O primeiro ato do filme nunca é menos que perfeito, para começar. Poucos filmes na história conseguiram ser donos de um primeiro ato com competência parecida com o de "Nascido Para Matar". Kubrick precisa apenas de 5 minutos para paralisar o espectador com um início que é, no mínimo, perturbador, e mesmo que o ritmo alucinante de diálogos impagáveis diminua a partir da metade do segundo ato, o filme nunca deixa de envolver e questionar o espectador. O primeiro ato é cheio de cenas longas, o que poderia ser chato e cansativo, se não fosse conduzido da maneira certa. Na verdade, seria impossível o filme ser chato, pois basta olhar o brilhante roteiro (premiado com o Oscar) adaptado da obra de Gustav Hasford, que fica evidente a grandeza do longa-metragem.

Já que chegamos ao roteiro, vamos à história do filme. Kubrick quebra a história em duas, a primeira mostra um sargento sádico preparando seus recrutas para a guerra. Hartmann treina seus soldados de forma absurdamente fanática, com métodos assustadores e com uma rigorosidade implacável. Sua principal vítima é o gorducho recruta Gomer Pyle, vivido por um competente Vincent D'Onofrio. Pyle sofre tudo que se pode imaginar, até dos seus colegas de acampamento. Conforme o tempo vai passando, Pyle vai adquirindo forma e disciplina até se tornar um soldado pronto para combate. Quando Pyle, aparentemente, está de bem com tudo e com todos...Bom, quem já viu o filme sabe que a cena do banheiro é perfeita, afinal.

Na segunda parte, Kubrick mostra o sargento Joker (escolhido propositalmente, em inglês Joker significa Coringa) cobrindo a guerra como correspondente de um jornal militar. No campo de batalha, ele se junta a combatentes com nomes sugestivos como Bola Oito, Animal Mother e Tenente Touchdown. Mostrando a visão de Joker sobre a guerra e seus horrores, Kubrick imprime um retrato infeliz, mas incrivelmente real sobre uma das guerras mais mortíferas da história.ther.

Se Kubrick dirige o filme com sua competência habitual, deve-se também destacar a fotografia de Douglas Milsome. Douglas fotografa usando abundamente o recurso do contraluz e abolindo as cores mais vibrantes, deixando o filme com um tom mais leve, contrastando muito bem com o clima (nada leve) de morte que é contado no filme. Enfim, foi pouco. Todo o reconhecimento que "Full Metal Jacket" recebeu quando foi lançado foi insuficiente para descrever a competência deste belo exemplar sobre a guerra do Vietnã. Afinal, tudo que poderia ter sido dito sobre este combate já foi dito. "Nascido Para Matar" pode sim, ser considerado uma das grandes obras da década de 80, assim como pode ser rotulado como um clássico.

Trailer do Filme

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Título Original: Full Metal Jacket
Gênero: Guerra
Tempo de Duração: 117 min
Ano de Lançamento: 1987
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 376 mb

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Janela Indiscreta


A facilidade que o mago Alfred Hitchcock tem em pegar situações simples, cenários mais simplistas ainda, e transformá-los em um antro de medo e tensão é algo indiscutível. Um dom que fomos presenteados de diversas formas de clássicos como Psicose, Um Corpo que Cai, Disque M para Matar, Festim Diabólico e Janela Indiscreta, o filme-tema desta matéria a seguir.

Filmado entre Novembro de 1953 e Janeiro de 1954, a história gira em torno de um jornalista chamado Jeff, interpretado por James Stewart, que está de ‘molho’ em sua casa, depois de quebrar a perna arriscando-se na produção de uma matéria. Como não tem nada para fazer durante o dia, ele passa a espiar o cotidiano de seus vizinhos, até que desconfia que um deles tenha matado a própria esposa e tenta provar isso para sua mulher e um amigo detetive.

Um enorme cenário foi construído nos estúdios da Paramount, contendo 31 janelas para o filme ser ambientado. Ele começa um pouco devagar justamente para apresentar aos telespectadores essa enorme vizinhança artificial, e isso não cai ao gosto de algumas pessoas, inclusive não caiu no meu, apesar de ser totalmente necessário para o entendimento do que está acontecendo ao redor.

O filme tem seu suspense apresentado de maneira crescente, a partir do momento da suspeita já citada. Uma coisa que achei bastante legal foi o modo com que tudo foi apresentado, nos colocando na mesma perspectiva do personagem, descobrindo as coisas com ele, nos levando a querer bisbilhotar o que acontece em volta também. No final já nos vemos em meio a situações que nos deixarão apreensivos e envolvidos completamente na trama, graças ao roteiro firme e bem estruturado.

Mas não é só de um roteiro excelente que o filme se vangloria. As atuações de James e Grace Kelly estão magníficas, contribuindo bastante para o clima proposto. Até mesmo o gênio Hitchcock faz sua aparição habitual (e discreta) ao consertar um relógio em um dos apartamentos. A fotografia, que começa com tomadas calmas e distantes, também evolui para um ponto dramático e com planos fechados, ou seja, tudo está em uma perfeita sincronia para a obra prima final.

Uma obra-prima do gênio Alfred Hitchcock. Apesar de eu ainda preferir Um Corpo que Cai e Psicose, aconselho esse para aqueles que querem cair de cabeça em uma trama simples, porém envolvente e cheia de mistérios. Rodado todo no mesmo lugar e com um início tranqüilo demais, não deve agradar a todos os gostos, mas quem gosta de um bom suspense cairá de cabeça nessa lição de como se fazer um filme que Hitchcock nos deu de graça com “Janela Indiscreta”.

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Título Original: Rear Window
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 107 min
Ano de Lançamento: 1954
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 376 mb

domingo, 2 de agosto de 2009

Agente 86(Get Smart)


Maxwell Smart está de volta! O atrapalhado, mais heróico detetive que conseguia colocar todo o andamento de uma missão em perigo, mas que no final concertava tudo, a sua maneira, chega às telas do cinema com Steve Carell na pele do agente.

A semelhança física do ator com o protagonista do seriado, Don Adams é surpreendente, assim como, a facilidade com que nos faz rir sem esboçar nenhum reação. Sua presença em muitas cenas já é o suficiente para gerar gostosas risadas. E Carell (O Virgem de 40 anos e A Feiticeira - O Filme) acertou quando optou por não imitar Adams, mas de dar uma ‘nova roupagem’ ao personagem, atualizando-o para os dias de hoje.

Para aqueles que assistiram a série na década de 60, reprisada pela TV Bandeirantes nos anos 70/80, a identificação com os personagens será imediata. Mesmo transpondo a trama para o ano 2000, o diretor Peter Segal (Como Se Fosse a Primeira Vez e Tratamento de Choque) conservou muitas das idéias da série. O clássico Sapato-Fone; o engraçado e nada eficiente Cone do Silêncio, sempre utilizado quando Max e o Chefe conversavam algo secreto; as Mãos Falsas, úteis quando Max era algemado, entre outras parafernálias, estão lá. Ao lado deles, os colegas da Agência.

A parceira 99, talvez a única agente da Control a compreender as idéias de Max é bem retratada pela atriz Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada e O Segredo de Brokeback Mountain), assim como o paternal e paciente Chefe, agora vivido pelo ator Alan Arkin. Fazendo uma pequena pontinha, Bill Murray aparece como o Agente 13, aquele que sempre surgia nos locais mais improváveis. Mas há ainda Dwayne ‘The Rock’ Johnson vivendo o misterioso Agente 23 e a dupla de gênios Bruce (Masi Oka) e Lloyd (Nate Torrence).

Mas os vilões também estão lá. Terence Stamp na pele de Siegfried, o arrogante e temido inimigo da KAOS e seu braço direito, Shtarker, interpretado pelo ótimo Ken Davitian, completam o time. Aliás, prepare-se para se divertir com as observações de Davitian a respeito da conduta de seu chefe. Hilárias.

Com ótimas piadas, um roteiro enxuto e várias sequências de ação, Agente 86 conta a história de como Maxwell Smart tornou-se um agente. Para os novatos que nunca assistiram ao seriado, o roteiro explica os motivos que levaram a Control a promover seu analista de sistema a um agente secreto.

Em Agente 86 (Get Smart, EUA/2008 – Comédia, 110min. – Warner Bros.) a Control se vê diante de uma perigosa armadilha arquitetada pela sua inimiga KAOS. Com todas as identidades de seus agentes reveladas, com exceção de 99, Max ganha uma oportunidade. Ao lado da experiente parceira, que não se sente nem um pouquinho segura ao seu lado, eles precisam impedir que a arquiinimiga KAOS destrua o mundo com sua poderosa arma nuclear.

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Título Original: Get Smart
Gênero: Comedia
Tempo de Duração: 110 min
Ano de Lançamento: 2008
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 390 mb

Silencio dos Inocentes


Sabe aqueles filmes que mesmo com o passar do tempo não envelhecem e ainda conseguem surpreender muita gente? Este é o caso “O Silêncio dos Inocentes”. Este filme ganhou o Oscar de Melhor Filme, Diretor, Ator (Anthony Hopkins), Atriz (Jodie Foster) e Roteiro Adaptado, além de ter concorrido nas categorias Montagem e Som. Sem dúvida nenhuma, “O Silêncio dos Inocentes” marcou a história do cinema e virou referência para muitos outros longas do gênero.

O filme conta a história de uma policial estagiária do FBI, Clarice Starling (Jodie Foster). Ela é uma das melhores em sua área e é sempre destaque em vários seguimentos da organização. Ao ser chamada por seu chefe e atual tutor, ela fica sabendo que terá que tentar arrancar informação de um brutal assassino que está preso, Dr. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), conhecido como “O Canibal”. O intuito desta “conversa” seria coletar informações que fizessem com que um assassino em série que está à solta, fosse preso. Este é conhecido como Bufallo Bill, um homem cruel que seqüestra e mata mulheres arrancando sua pele e órgãos.

Jodie Foster, no início, tinha medo de contracenar com Anthony Hopkins. Certamente, não à toa. Ele está fascinante no papel de Dr. Lecter. Bem como assustador, insano, irônico, maníaco e brilhante. Estes são alguns dos adjetivos que Anthony Hopkins recebeu ao ser premiado com o Oscar de Melhor Ator. Sem dúvida nenhuma ele interpretou um dos maiores vilões de todos os tempos. Dr. Hannibal Lecter é muito inteligente. Consegue deduzir coisas com uma simples informação. Tanto que ele, com poucas instruções, descobre quem é Bufallo Bill e o porquê de Clarice ser do FBI.

“O Silêncio dos Inocentes” possui muitas cenas chocantes. Dá para perceber que esta era a intenção do cineasta Jonathan Demme. Ele quis chocar, mas não frustrar os seus espectadores. Na cena em que Dr. Lecter ataca um policial, por exemplo, é bastante forte, mas há um enigma por trás daquilo, que se revelaria logo após a este ataque canibal.

O interessante é que antes de Jodie e Hopkins serem chamados para os papéis, outros dois grandes atores foram convocados. Gene Hackman e Michelle Pfeiffer, felizmente, não aceitaram. Penso que depois de todo o reconhecimento dado à dupla de “O Silêncio dos Inocentes”, Michelle e Hackman ainda devem sentir as dores do arrependimento por não terem aceitado os papéis. Talvez ela ficasse bem no lugar da policial do FBI, porém Hackman não teria chances, pois Hopkins é o ator perfeito para o papel do temível canibal.

“O Silêncio dos Inocentes” é uma obra "mais-do-que-recomendadável". Os diretores de “Seven - Os 7 pecados capitais”, “Colecionado de Ossos”, “Beijos que Matam” assistiram a esse filme antes de produzirem seus respectivos. Este é um modelo de longa-metragem que foi usado em vários outros. Raramente veremos um igual e que chegue a ser comparado com tal proeza.

Por mais que este filme contenha violência, ela consegue não ser tão bizarra como em “Hannibal”, que é a continuação de “O Silêncio dos Inocentes”. Creio que a troca da direção de Jonathan Demme para Ridley Scott foi o principal fator de “Hannibal” possuir um ar de explícito. Nada que tire o brilho do filme e de Hopkins, mas gostaria de ter visto como este ficaria com a direção de Jonathan Demme.

Hopkins, quando foi questionado em uma entrevista da FOX sobre Dr. Lecter nunca piscar os olhos respondeu: “O principal aspecto do Lecter é ser penetrante... ele é penetrante... ele tem uma mente poderosa, ele é evasivo. Na cena do interrogatório com Clarice, na cena da cela, ele a investiga e nunca perde o controle sobre ela. Investiga o tempo todo. Por isso ele é penetrante “.

Infelizmente nós vemos alguns erros um tanto quanto bizarros, como quando Clarice está no porão da casa de Buffalo Bill, podemos ver um fio segurando o mosquito que está voando ao redor de uma lâmpada. Outro erro clássico é a cena do tiroteio final entre Clarice e Buffalo Bill, onde pode-se ouvir o som de balas caindo no chão. Os dois estão usando revólveres, portanto, a munição gasta não deveria cair, mas sim ser disparada. Felizmente tem-se que ser muito detalhista para notar este tipo de coisa. Que são erros clássicos, são, mas nada que atrapalhe o brilho desta produção.

Uma coisa em que eu tenho que concordar com a crítica: dificilmente um outro filme de suspense vai conseguir proeza igual em agradar ao público e à crítica ao mesmo tempo.

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Título Original: The Silence of the Lambs
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 114 min
Ano de Lançamento: 1991
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 403 mb

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Cidade de Deus


O melhor filme da nova geração do cinema nacional facilmente, o único que conseguiu aliar a estética publicitária com intensidade cinematográfica que estava faltando à nova safra. Ele tem o apuro técnico dos filmes do Walter Salles ou da Conspiração filmes, mas com uma crueza e verdade que remete a obras como Pixote. O filme faz um discurso sério e mostra uma realidade chocante mas ao mesmo tempo embala o público com uma história e personagens cativantes, em um visual moderno que funciona perfeitamente com o estilo do filme.

É uma espécie de Snatch - Porcos e Diamantes misturado com Amores Brutos, mas sem tentar ser nenhum desses filmes.

E achei melhor que ambos, o que me deixou bastante emocionado pois são dois filmes que gostei imensamente. O que Cidade de Deus tem que os outros filmes não podem oferecer é um universo que podemos nos identificar, saem os guetos londrinos ou mexicanos, entra a nossa favela, saem os marginais irlandeses com sotaque engraçado, entra o malandro carioca, em vez de ouvir 'Fuck isso' ou 'Fuck aquilo', você ouve 'Porra', 'Caralho', 'Filho da Puta', mas finalmente nossos palavrões soam bem!

O filme tem muitos momentos engraçados, o ritmo é excelente e as duas horas e vinte minutos voam, mas não poupa o espectador de algumas cenas chocantes principalmente as que envolvem menores. Tomaram cuidado pra não deixar muito apelativo, mas ainda bem que foram corajosos o suficiente pra não fechar os olhos à certas situações que infelizmente acontecem todos os dias nas periferias das cidades, e são essenciais para tentar entender como funciona esse mundo paralelo que, como diz o narrador da história, é o nosso Vietnã.

Tecnicamente é perfeito, a fotografia filtrada com poucas cores é ótima, aliada a uma edição frenética e movimentos de câmera ágeis e bem planejados, mas o que me chamou mais atenção foi o áudio, o filme tem som Dolby DTS e recomendo assisti-lo num cinema equipado para tal. Os diálogos são perfeitamente compreensíveis, os efeitos enchem a sala de projeção (em certos tiroteios você se sente literalmente no meio do fogo cruzado) e a trilha sonora é excelente! Os atores são um caso especial, a co-diretora Katia Lund utilizou na maioria atores amadores selecionados nas comunidades onde o filme foi realizado e devo dizer que ela fez um trabalho incrível, apesar de ser fácil de notar uma certa insegurança em alguns deles, na maioria ela consegue resultados excelentes e dá uma veracidade impressionante à história.

Falando na história, ela é fictícia mas inspirada em fatos reais narrados por um jornalista que foi morador da Cidade de Deus no livro do mesmo nome. Conta a história de um garoto chamado Buscapé desde sua infância nos anos 60, até o final dos anos 70, dando uma idéia da criação das favelas, da origem do tráfico de drogas e de sua relação no dia a dia dos moradores. Contado através dos olhos dele, é um filme sobre o mundo do crime mas também sobre personagens, tratados de maneira quase mítica e também de forma bastante humana.

É pra divertir, emocionar, chocar, fazer pensar, parece que finalmente o cinema nacional está amadurecendo para o fato de que você não tem só que agradar ao mercado, mas fazer um filme que diga algo. Prestigiem esse filme enchendo as bilheterias, o filme merece e os que financiam o cinema nacional poderão notar que existe público para filmes mais ousados.

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Título Original: Cidade de Deus
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 135 min
Ano de Lançamento: 2002
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Português
Legenda: s/l
Tamanho: 545 mb

Fim dos Dias


Segundo as escrituras, Satanás (ele mesmo, em carne, osso e maldade) virá à Terra nos últimos dias de 1999 para fecundar uma predestinada. Assim será gerado o Anticristo, que iniciará uma nova era sob o domínio das trevas. Só há duas formas de impedir o apocalipse: matar a esposa do demônio ou protegê-la do coisa-ruim até a virada do ano. Esse é o enredo proposto por Fim dos Dias, filme do fortão Arnold Schwarzenegger.

Como a maioria das produções do gênero, o Fim dos Dias é um show de clichés e fórmulas repetidas. As sequências no metrô lembram muito Velocidade Máxima. As cenas do demônio se recompondo depois de ser esmagado, fuzilado e explodido já foram vistas na série Exterminador do Futuro, com o próprio Schwarzenegger. E se não bastasse, o herói do filme é um ex-policial (!) revoltado (!!) com a perda de sua filha e esposa(!!!), que foram mortas por ele ter cumprido com o seu dever e ter testemunhado contra um criminoso(!!!!!!). É mole? Isso para não falar no final do filme: mais previsível, impossível. Para muitos, esses ingredientes seriam suficientes para provocar enjôo, mal-estar, dores de cabeça e depressão. Porém, para quem gosta de pancadaria, tiros, explosões, efeitos especiais e situações sensacionais, esse é o filme. Tem tudo isso, em doses cavalares.

A idéia é no mínimo oportuna. A proximidade do terceiro milênio é terreno fértil para quem pretende explorar a natural insegurança e crescente misticismo das pessoas. Essa estratégia não é nova. Sempre que passa um cometa perto da Terra, ou acontece um atentado terrorista ou mesmo um terremoto, lá estão os produtores de Hollywood prontos para faturar milhões. O curioso é saber se alguém vai se interessar por esse filme depois que da virada do milênio...

Uma dica: para quem realmente se interessa pelo assunto e quer ver um bom filme sobre a vinda do Anticristo, não pode deixar de assistir A Profecia (The Omen, 1976). Diversão e sustos garantidos.

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Título Original: End Of Days
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 126 min
Ano de Lançamento: 1999
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 342 mb


Era Uma Vez no Oeste


“Vi três casacos iguais a esse há pouco tempo, esperando um trem. Dentro dos casacos, havia três homens. Dentro dos homens, três balas”. A frase poderia soar como piada ou, pior, como clichê de terceira categoria, se fosse pronunciada no momento errado ou por um personagem equivocado. Não é o caso. Esse é apenas um dos abundantes momentos antológicos de um dos mais fantásticos faroestes de todos os tempos: “Era Uma Vez no Oeste” (C’Era una Volta il West, Itália/EUA, 1969), obra-prima de despedida do gênero feita pelo italiano Sergio Leone.

O autor da tirada impagável é o personagem clássico dos maravilhosos western spaghetti que Leone dirigiu na década de 1960: um pistoleiro sem nome, de passado misterioso, futuro incerto e objetivo desconhecido. Em “Era Uma Vez no Oeste”, o então iniciante ator Charles Bronson substituiu Clint Eastwood, protagonista dos três filmes anteriores do diretor. Basicamente, é o mesmo personagem da trilogia dos dólares, com uma pequena e significativa diferença: ao invés de andar com um cigarro apagado na boca, Bronson carrega uma gaita. Por isso, é apelidado de “Harmonica” por um co-protagonista, o bandido Cheyenne (Jason Robards, em esplêndida atuação).

A dupla se encontra pela primeira vez em um bar. Cheyenne acaba de fugir da prisão e descobre que alguém tentou jogar nele a culpa pela chacina de uma família da região, fazendo os assassinos usarem casacos idênticos às roupas que o bando dele usa – a mesma utilizada pelos homens que haviam tentado matar o gaitista. No mesmo bar está Jill (Claudia Cardinale), viúva que herdou a fazenda da família assassinada. Não vai demorar muito para que todos comecem a desconfiar que um certo Frank (Henry Fonda), capanga de um rico proprietário de terras na região, esteja por trás dos atos criminosos.

O filme de Sergio Leone é, nas palavras do próprio diretor, uma ópera de violência. Está correto. Leone é um estilista nato e construiu um filme silencioso, carregado de tensão e humor cínico, que explode em violência no momento certo, causando o máximo de impacto possível no espectador. O cineasta italiano tinha tudo para fazer um filme patético: ele não falava inglês, mas construiu o roteiro nessa língua; pediu para que o maestro e colaborador habitual Ennio Morricone escrevesse a trilha sonora (quatro temas, um para cada personagem principal) antes de filmar uma única cena, algo impensável em Hollywood; e dispensou o uso de storyboards, afirmando que tinha cada uma das cenas gravada da mente.

Leone estava certo, como sempre. Sua capacidade como criador dispensava esses artifícios banais. As quase três horas de “Era Uma Vez no Oeste” flagram um gênio no ápice de sua forma. Tome a seqüência de abertura como exemplo. Três temidos pistoleiros aguardam a chegada de um trem que traz algo esperado com ansiedade. A platéia não sabe o que é. Em onze minutos, sem diálogos e sem música, Leone estica a tensão a um ponto insuportável, utilizando apenas sons naturais (o rangido de um velho moinho, o zumbido de uma mosca, o apito do trem ao longe) e sua marca registrada – a combinação de closes dos rostos tensos e suados dos atiradores com paisagens panorâmicas de tirar o fôlego.

Como essa seqüência antológica existem muitas outras: a chacina da família irlandesa que desencadeia a trama; a longa tomada sem cortes da chegada de Jill à cidade de Tombstone, uma vila em construção; o ataque solitário de Cheyenne ao trem cheio de bandidos. A fotografia espetacular de Tonino Delli Colli valoriza cada rosto, cada plano, cada imagem, e consegue a proeza de combinar com perfeição os tons verdes da vegetação rasteira que predomina no deserto espanhol, onde a maior parte do filme foi produzida, à poeira vermelha de Monument Valley (EUA), onde Leone gravou algumas seqüências panorâmicas (o diretor mandou importar sacas do pó vermelho para espalhar nas locações interiores, como bares e fazendas, na Itália).

Aliado a tudo isso, Leone oferece uma direção de arte impecável, produzindo momentos que influenciariam vários grandes cineastas nos anos seguintes. Os casacos cor-de-terra da gangue de Cheyenne, por exemplo, tornaram-se um símbolo usado por assassinos de vários filmes feitos depois. Leone também exigiu que todos os atores usassem maquiagem que simulava a pele queimada pelo sol abrasivo, o que deu um realismo inédito à produção.

Outro acerto está na trilha sonora literalmente antológica, com quatro temas que se revezam, um melhor do que o outro (o emocionante lamento que acompanha os passados de Harmonica, em gaita e guitarra, ressoou em várias outras obras do mestre Morricone, enquanto os toques secos do banjo no tema de Cheyenne serviram de inspiração para a “Marcha Imperial” da série Star Wars).

Há ainda um quarteto de atores no melhor da forma. Robards quase rouba a cena como o cínico Cheyenne; Henry Fonda usa os olhos azuis como contraponto formidável para a frieza de um dos assassinos mais desalmados que o cinema já produziu; Bronson não precisa abrir a boca para impor respeito; e Cardinale está linda como nunca – e ainda fala grosso, como uma verdadeira dama desbocada, muito em voga nos anos 1960.

Os diálogos são a cereja no topo do bolo: apenas quinze páginas de conversas, o que daria algo em torno de 15 minutos em um filme normal. “Era Uma Vez no Oeste”, porém, não tem nada de normal. Não é à toa que Leone é o diretor predileto de Quentin Tarantino. O norte-americano se orgulharia de ter escrito a conversa seca entre Harmonica e Cheyenne, quando o primeiro entrega o outro ao xerife da cidade: “A recompensa por esse homem é de cinco mil dólares, certo?”, pergunta Bronson. “Judas se contentou com 4970 moedas a menos”, provoca Robards. “Não havia dólares naqueles dias”, retruca o pistoleiro. “Ah, mas filhos da p… já existiam”. Antológico é pouco.

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Título Original: C’era una volta il West
Gênero: Faroeste
Tempo de Duração: 165 min
Ano de Lançamento: 1968
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 540 mb

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Bruma Assasina(The Fog)


A inspirada seqüência de abertura de “A Bruma Assassina” (The Fog, EUA, 1980), apesar de desconectada de todo o resto da narrativa, dá uma pista claríssima ao espectador sobre o tipo de efeito pretendido pelo cineasta John Carpenter. A cena mostra um velho e algumas crianças ao redor de uma fogueira, num acampamento de crianças. Estamos perto da meia-noite, faz muito frio, e o idoso começa a contar, com voz cavernosa, uma história de fantasma. Como Carpenter, o narrador tem apenas um objetivo em mente: meter medo, muito medo na platéia.

Curiosamente, a cena foi filmada e acrescentada ao trabalho depois que a primeira edição já havia sido concluída. É que o estúdio havia considerado a metragem original muito curta (o filme tinha menos de 1h20), tendo ainda pedido a Carpenter que acrescentasse cenas mais explícitas, como era tradição nos filmes B da época (a série “Sexta-feira 13”). O cineasta fez o que lhe foi pedido, e até mais. Na versão original, por exemplo, os cadáveres ambulantes que aparecem tão abundantemente no meio da névoa jamais eram mostrados, de forma que a platéia precisava imaginar que tipo de horror, dentro da fumaça, provocava tantas mortes e acidentes esquisitos.

Carpenter também criou novas cenas, inclusive uma em que a personagem de Jamie Lee Curtis toma um tremendo susto, no necrotério, com um corpo que se move. O diretor inseriu o prólogo como uma espécie de bônus, apenas para esticar a duração final. Infelizmente, este prólogo é o único dos acréscimos que funciona, já que as alterações solicitadas pelo estúdio não apenas soam ilógicas (a tal cena do necrotério resulta gratuita e sem sentido), mas também emprestam ao resultado final uma atmosfera claramente infanto-juvenil, eliminando toda a aura de mistério – e conseqüentemente todo o charme B – que a produção original possuía. Uma pena.

Ainda assim, a história de fantasmas sobre um vilarejo de pescadores assombrados pelos fantasmas de uma tragédia ocorrida 100 anos antes tem lá seus encantos. Toda a ambientação é correta, e as excelentes tomadas que mostram a névoa se movendo lentamente, do meio do oceano e em direção à costa, são bem realizadas. Há personagens promissores, como a radialista (Adrienne Barbeau) obrigada a passar as noites acordada sozinha na solidão de um farol, mas eles não são bem aproveitados pelo roteiro, soando rasos e sem conflitos internos.

É possível vislumbrar claramente uma influência da obra do diretor italiano Dario Argento no trabalho então desenvolvido por John Carpenter. Como Argento, o norte-americano prefere valorizar a construção de uma atmosfera de horror, em detrimento da história, e por isso o filme ganha um quê de onírico, um clima surrealista de pesadelo, nada realista. Além disso, a direção de atores é um ponto fraco evidente. De qualquer forma, há público certo para este tipo de filme, e o status de cult desfrutado por “A Bruma Assassina” comprova isto. Se você prefere um enredo mais sóbrio, contudo, talvez prefira outras obras de Carpenter, a exemplo de “O Enigma de Outro Mundo” (1982).

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Título Original: The Fog
Gênero: Terror
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português

Uma Lição de Amor(I´am Sam)


Esse filme devido a atuação do Sean Pean, foi muito falado, até porque Sean é um bom ator e estava concorrendo ao Oscar deste ano exatamente por esse filme.

Bem, quando o filme acabou não tem como não ficar impressionado com a atuação do Sean, que sem muito esforço, rouba a cena em quase todos os momentos do filme. Sim o filme em si, tem uma história até simples, não lembro se já foi mostrada desta forma em outros filmes (provavelmente),e por isso fica ideal para todas as idades.

Algumas pessoas podem achar por isso uma história fraca, mas não deixa de ser divertida e interessante. Penso agora que isso fez com que Sean tivesse uma maior liberdade de atuar, o que para nós foi um ótimo presente. Michelle Pfeiffer continua linda e apenas uma coadjuvante no filme, não atrapalha e da todas as "pontes" para Sean poder dar seu "show", mas ele não está sozinho a garotinha (Dakota Fanning) que faz a filha de Sean, também está bem no filme, vale a pena dar uma conferida nesta dupla.

Vou deixar aqui apenas uma nota que me pareceu muito interessante, quando vemos Sean, atuando não tem como não lembrar da atuação em outro filme de Giovanni Ribisi. Giovanni também já fez um retardado no filme 'The Other Sister' -1999, junto com Juliette Lewis. Todos os jeitos e trejeitos mostrados por Giovanni, nós podemos ver no novo filme do Sean Pean, com certeza Giovanni foi de alguma forma uma fonte de inspiração. Quem ficou curioso, pode ir conferir.

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Título Original: I Am Sam
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 133 min
Ano de Lançamento: 2001
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: português
Tamanho: 430 mb

A Casa da Colina(House on Haunted Hill)


Criada com o propósito de lançar filmes de horror, a produtora americana "Dark Castle", de Joel Silver e Robert Zemeckis, entrou no mercado do entretenimento em 1999 com "A Casa da Colina" (House on Haunted Hill), refilmagem de "A Casa dos Maus Espíritos" (58), de William Castle e que tinha na liderança do elenco o lendário astro Vincent Price. Logo depois vieram mais três filmes, "Treze Fantasmas" (Thirteen Ghosts, 2001), outra refilmagem de um filme de 1960, "Navio Fantasma" (Ghost Ship, 2002) e "Na Companhia do Medo" (Gothika, 2003), todos sendo filmes explorando fantasmas e assombrações.

"A Casa da Colina" foi dirigido por William Malone (de "Medopontocombr") a partir de um roteiro de Dick Beebe (de "A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras"), que por sua vez se baseou numa história do escritor Robb White (1909-1990), frequente colaborador de William Castle em vários filmes dos anos 1950 e 60 como "Macabre" (58), "Força Diabólica" (59), "Treze Fantasmas" (60) e "Homicidal" (61).

"A Casa da Colina" é mais um filme de horror com uma história de casa assombrada por fantasmas perturbados. Não apresenta elementos novos, pelo contrário, desfila todos aqueles clichês característicos do tema, com os tradicionais sustos fáceis, personagens estereotipados e algumas mortes violentas. O roteiro até que esforçou-se em criar uma história atraente, com direito a várias revelações, reviravoltas, suspense e tramas que se completam, conseguindo manter um certo interesse, acentuado pela intensidade das cenas envolvendo uma macabra entidade formada por vários espíritos atormentados em busca de vingança, e pelo visual fascinante da enorme torre, destacando-se um belíssimo teto de vidro no salão principal, onde uma série de imagens surrealistas servia de inspiração para as atrocidades do Dr. Vannacutt. As salas abandonadas no porão, onde eram realizadas as torturas dos pacientes, também transmitiam um clima mórbido com suas camas, instrumentos e aparelhagens médicas corroídas pela ação devastadora do tempo, e impregnadas com uma sensação obscura de morte e dor, num ambiente macabro de desolação.

O maior defeito do filme é o péssimo desfecho, com um final extremamente óbvio e super previsível, totalmente conveniente para agradar talvez apenas aquele público escolhido pelos executivos para pagar os custos da produção e encher seus bolsos de lucros. Fora isso, e para os apreciadores menos exigentes do atual cinema de horror, "A Casa da Colina" até que pode garantir cerca de uma hora e meia de diversão rápida.

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Título Original: House on Haunted Hill
Gênero: Terror
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português

terça-feira, 28 de julho de 2009

300


Se pensarmos apenas do ponto de vista técnico, de efeitos visuais e do quanto o filme acrescenta com isso, temos uma das mais belas experiências dos últimos tempos. As cenas de lutas entre os exércitos Persa e de Esparta são de uma beleza louvável. Na maioria das vezes não parecem cenas gravadas com um fundo azul e depois inseridas digitalmente, mas sim que o diretor Zack Snyder (Madrugada dos Mortos) construiu um novo conflito entre esses povos. Cada lança, cada luta, cada sangue jorrado é de uma realidade impressionante.

Mas como cinema é uma experiência onde principalmente a narrativa deve ser levada em consideração, "300" acaba sua exibição devendo e muito para o espectador. A história do exército liderado por Leônidas contra a tentativa de dominação do rei Xerxes é um de uma superficialidade que beira a ingenuidade no momento de se construir um roteiro. Mais preocupado em estabelecer logo as cenas de conflito, as cenas em que são explicadas as motivações da invasão a Esparta e a formação do exército de 300 pessoas é extremamente corrida, como sendo apenas um fiapo para justificar todo o sangue que transborda na tela. Diálogos que desvalorizam o excelente original de Frank Miller e a utilização de uma trilha extremamente melodramática só contribuem para enfraquecer esta que poderia ser uma excelente aventura, um excelente entretenimento.

Com personagens sem profundidade, nunca nos fica claro a real intenção de Leônidas: queria ele salvar seu povo ou apenas se afirmar como um soberano? Da mesma forma, qual a motivação de tantos o seguirem, já que nada fica estabelecido durante a projeção? O único que consegue ter um mínimo de coesão é Xerxes (vivido por Rodrigo Santoro), que demonstra ser "apenas" um ser desalmado que quer o poder pelo poder, tendo como objetivo a dominação dos povos. Ao mesmo tempo, em um mar de personagens masculinos-machões (sem qualquer vestígio de sentimento ou qualquer outra característica que os torna humanos), Xerxes consegue ser um personagem acima, já que transita entre todas as formas não se apresentado como homem, mulher, nem sequer um ser humano. Xerxes é um Deus, que nem sequer deve ser considerado humano como nós.

Recheado de polêmicas e discussões sobre sua profundidade, "300" demonstra ser algo bem menor do burburinho que gerou. Embora tenha acertos, é um filme que realmente poderia ter ido muito além, já que para isso tinha uma boa história, um elenco competente e um bom diretor. Mas às vezes (como neste caso), a vontade de se fazer um filme para a massa faz minar todas as características que fazem de uma obra (quadrinhos, livros) algo realmente considerável e acima da média de outros do gênero, fazendo com que alguns saiam bem feitos como "Sin City", e outros que ficam pelo meio do caminho, como "300" (apenas para ficar na comparação entre obras de Frank Miller). Como grande vilão do filme Rodrigo Santoro consegue ser o que há de melhor no longa (o que não é difícil, já que é um excelente ator), mas pode contribuir muito mais (e escolher projetos melhores) do que aconteceu com "300". De positivo fica toda a exposição que nosso "ator para exportação" conseguiu para efetivamente participar de bons projetos pelo mundo afora.

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Título Original: 300
Gênero: Aventura
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português

Os Donos da Noite


Os primeiros minutos de “Os Donos da Noite” (We Own the Night, EUA, 2007) deixam a impressão de que o filme será uma variação urbana das histórias sobre ajustes de contas entre dois irmãos de personalidades diferentes. Um atentado inesperado contra a vida de um deles, porém, faz a narrativa dar uma guinada radical, transformando o que parecia um drama banal em um thriller pesado e sufocante, que remete a outra parábola bíblica: a do filho pródigo. Encharcado de sentimentos opressores – remorso, vergonha, inveja, ódio, vingança – e com um toque autoral inconfundível, o filme se destaca do gênero policial oriundo de Hollywood como uma bem-vinda mancha de sangue.

Curiosamente, apesar de não comportar o senso habitual de espetáculo que o thriller genérico de Hollywood sempre acalenta, trata-se de uma obra de espírito essencialmente norte-americano. É só observar como o conceito de “família” fornece a base moral do sofrimento do personagem Bobby Green (Joaquin Phoenix), o protagonista. Toda a trama é narrada do ponto de vista dele, que trabalha como gerente de um clube noturno situado no subúrbio de Nova York. Dar ao trabalho a perspectiva de Bobby é uma decisão crucial do diretor e roteirista James Gray. Qualquer outra opção, como contar a história dos dois irmãos de forma paralela, abrindo o mesmo espaço para ambos, transformaria a obra em mais um melodrama lamacento.

Bobby é um jovem de futuro promissor. Tem uma bela namorada porto-riquenha (Eva Mendes) e a confiança irrestrita do dono do negócio, um rico imigrante russo que tem parentes ligados ao tráfico de drogas na cidade. Bobby sabe disso, mas faz vista grossa à situação. E é justamente ela que o reaproxima da família, com quem mantém frio contato social. O pai (Robert Duvall) e o irmão Joseph (Mark Whalberg) são policiais e têm planos de endurecer o jogo contra os traficantes da cidade. Tentam recorrer à ajuda de Bobby, já que um dos barões da droga (Alex Veadov) fecha negócios justamente na boate que ele gerencia. Bobby tenta se manter neutro. “Vai chegar a hora em que você terá que escolher um lado”, profetiza o pai. Ele está certo.

Jovem promissor e talentoso, o diretor James Gray é um autor bissexto. Fez apenas três longas em quase quinze anos de carreira, parcialmente por insistir em filmar projetos autorais nos intestinos de uma indústria cinematográfica que abomina este tipo de trabalho. A característica o faz mais conhecido e respeitado no cenário do cinema europeu do que dentro dos Estados Unidos. Gray já ganhou prêmio de melhor diretor no Festival de Veneza. “Os Donos da Noite” entrou na competição oficial do Festival de Cannes de 2007, e deixou boa impressão na crítica européia, algo que não ocorreu nos EUA. O filme demorou seis meses para estrear em casa, fracassou nas bilheterias (US$ 27 milhões) e não teve a aclamação esperada pela crítica.

Em parte, a recepção fria pode ser explicada pela relativa semelhança do longa-metragem com pelo menos dois outros projetos contemporâneos. A presença de Mark Whalberg no elenco é apenas um dos muitos pontos de contato da produção com “Os Infiltrados” (2006), que deu o Oscar a Martin Scorsese poucos meses antes da estréia. “Os Donos da Noite” ainda deu o azar de ser exibido quase ao mesmo tempo em que “O Gângster” (2007), de Ridley Scott, que é muito parecido tanto na ambientação (tráfico de drogas, Nova York estilo vintage) quanto na temática (família). O filme de Scott, veterano que valoriza muito mais o senso de espetáculo, prioriza a trama. O de James Gray prefere os personagens. A escolha rende um bom trabalho, mas afasta o público.

O filme não é perfeito. Tem problemas, por exemplo, na reconstituição de época, que lembra muito mais os anos 1970 do que os anos 1980 (a ação se passa em 1988). As roupas, as músicas e o feeling geral da obra remetem ao período de “Operação França” (1971), título de William Friedkin com o qual guarda semelhanças. A rigor, não há nada na trama que remeta à colorida e singular década de 1980, e a ótima fotografia de Joaquin Baca-Asay usa sombras e chuva como elementos cênicos, dando à narrativa discretos tons pastéis. Se está de acordo com a trama, a textura empoeirada das imagens não bate com a época retratada pelo filme. O problema transparece até mesmo em um ou outro objeto cênico. Personagens aparecem, por exemplo, tomando cerveja em garrafas long neck transparentes, que não existiam em 1988.

As qualidades da produção, porém, são maiores e mais abundantes do que os defeitos. O enredo incorpora três seqüências de ação viscerais e realistas, por exemplo, sem forçar a barra. São momentos espetaculares que se integram de modo orgânico e natural à trama, e chamam a atenção sobretudo pela espetacular edição que som, que se transforma em assinatura estilística do diretor. Gray consegue dar às três seqüências o ritmo da respiração (literal e figurativamente) do personagem principal, usando a mesma estratégia – abafa os sons diegéticos, naturais, e realça um ruído específico em cada cena (um zumbido, o bater do coração, o som do pára-brisa), modulando-o no ritmo e na intensidade necessários. O resultado é sensacional.

Além disso, Joaquin Phoenix apresenta um desempenho excepcional. Sempre eficiente em papéis de homens torturados, o ator engole todos os colegas quando está em cena, incluindo o veterano Robert Duvall. Preste atenção, em especial, na grande seqüência do filme, que flagra uma conversa entre os dois irmãos dentro de uma delegacia. É um momento íntimo e especial, em que cada um confessa os ressentimentos nutridos durante anos em relação ao outro – Bobby invejava a relação amistosa de Joseph com o pai, enquanto Joseph admirava a justamente a coragem do irmão em desafiar o genitor (a grama do vizinho é sempre mais verde, certo?). Pode parecer uma cena sem importância, mas é justamente o instante que encapsula e resume perfeitamente o tema do filme, que é a família.

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Título Original: We Own the Night
Gênero: Ação / Drama / Suspense
Tempo de Duração: 117 min
Ano de Lançamento: 2007
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 532 mb

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Festim Diabolico(Rope)


Festim Diabólico é um exemplar cruel do suspense mais sórdido que Hitchcok sabia compor como ninguém. O suspense pelo suspense, como único exercício de mexer com os nervos. Não bastasse fazer isso como ninguém, ainda aproveitou para criar um filme-exercício que ele nunca mais repetiu, mas serviu para atestar seu pleno domínio de cena, de espaço e de atores. Festim Diabólico é rodado inteiramente sem cortes. Nenhum. Os únicos cortes que existem acontecem a cada oito minutos, porque era o limite dos rolos usados na filmagem. Para não quebrar as seqüências, Hitchcok focava as costas de um dos personagens, trocava o rolo e reiniciava a ação partindo das costas para seguir em frente em seu teatro de suspense que, mesmo ambientado em apenas um ambiente, consegue prender a atenção do início ao fim.

O motivo para essa trama angustiante não poderia ser mais hitchcockiana: dois amigos cometem um assassinato no seu apartamento e escondem o corpo em um baú. O requinte de crueldade é que, minutos depois, os convidados de um jantar oferecido por eles chegam ao apartamento: os pais, a noiva, a tia e até o concorrente do morto pelo amor de sua noiva, que jantam na mesa montada em cima do baú onde está o corpo. Para provar sua genialidade, a dupla de assassinos convida também seu professor ( Stewart ), um homem perspicaz e de idéias avançadas, com a idéia de que, se eles conseguirem enganá-lo, provarão que um assassinato é, também, uma obra de arte, privilégio de inteligências e classes superiores.

Todo o nervosismo está no fato de que a platéia, aqui, é cúmplice dos assassinos, e não do lado bom da estória. É até irônico a forma como Hitchcok brinca com essa dualidade de sentimentos: ele coloca o público primeiro temendo pelo momento em que todo o estratagema pode ser descoberto- e são várias as ocasiões em que isso acontece - e gradativamente passa a colocá-lo ao lado do professor Rubert Cadell de Stewart, dividindo um misto de ansiedade e temor pelo que pode acontecer. E brinca com os nervos do público usando de simples objetos, como uma corda usada para amarrar livros. Faz com que a audiência, extremamente indecisa quanto à seus sentimentos, passe a simplesmente se angustiar pelo que quer que vá acontecer – um sentimento ampliado pela prepotência do cérebro da dupla criminosa, Brandon Shaw, que começa a jogar pistas a esmo sobre seu crime, e o desespero do inseguro Phillip com o jogo perigoso mantido pelo parceiro. Manter esse jogo durante 80 minutos em uma encenação sem cortes, com cada movimento e posição marcado e coreografado não é para qualquer um. Hitchcok amplia esse exercício com o movimento certo, com o close essencial, com a mudança de direção necessária enquanto amplia a tensão. É uma mescla entre o teatro e o cinema – repare como o cenário da cidade muda suavemente de tom, do fim de tarde até a noite – em uma história em tempo real onde a angústia, também, molda-se de forma quase imperceptível, mas extremamente palpável. Uma pena apenas que o final, extremamente abrupto e excessivamente teatral, não faça jus ao restante desse exercício primoroso, que apenas por isso é apenas quase perfeito.

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Título Original: Rope
Gênero: Suspense
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português

Um Morto Muito Louco(Weekend at Bernie´s)


Parte integrante daquela minha famosa lista de clássicos dos anos 80 não reconhecidos, Um Morto Muito Louco é um filme que parte de um absurdo, é lotado de humor negro absurdo e tem uma conclusão ainda mais absurda – e, justamente por isso, é tão bom! É um perfeito exemplo de filme que as pessoas assistem mais de vinte vezes e passam a menosprezá-lo por isso, mas se ele não é tão bom quanto dizem, por que assistir tantas vezes? É simples: porque ele contagia, diverte e tem um humor afinadíssimo, e por passar tantas vezes na televisão, acabou ficando um pouco desgastado.

Pense no absurdo: dois jovens funcionários de uma corretora de seguros, Larry Wilson (Andrew McCarthy) e Richard Parker (Jonathan Silverman), procurando subir na carreira, decidem passar um final de semana trabalhando e descobrem uma fraude milionária na empresa. Certos de serem recompensados pela descoberta, levam a informação até o seu chefe (Bernie Lomax, interpretado por Terry Kiser), sem saber que este é o responsável por tal irregularidade. Os jovens são convidados então para passar um fim de semana em sua casa, onde seriam mortos, mas, por causa de problemas com a máfia, é o próprio Bernie que acaba morrendo. Decididos a não perder a oportunidade com aborrecimentos policiais, os dois acabam curtindo o local enquanto tentam fazer com que todos não notem que Bernie está morto.

A partir desta longa e absurda (sim, é importante frisar isso) sinopse, o diretor Ted Kotcheff destrincha o roteiro de Robert Klane da maneira mais simples, clara e divertida possível. O número de situações hilariantemente inverossímeis criadas a partir dessa premissa é fantástico, uma vez que diversos complicados momentos são criados para divertir o público na medida certa. É o tipo de comédia inteligente, que foge totalmente dos clichês (piadas de tombos e sexo), onde o que importa é o roteiro, aproveitar o material que lhe foi concedido no início da projeção. Citar exemplos fica praticamente impossível, uma vez que posso estragar a surpresa daqueles que ainda não viram o longa, mas a capacidade das pessoas em não perceber que o homem está morto é incrível, isso indo desde uma festa em sua casa até a hilariante cena em seu quarto, quando a mulher achava que ele a estava traindo (gerando também um dos diálogos mais engraçados do longa).

O curioso é que o filme é tecnicamente impressionante, uma vez que o trabalho de arte e alguns planos são minuciosamente trabalhados para tudo ficar na mais perfeita sintonia. Quanto à arte, posso citar como exemplo a casa onde grande parte do filme acontece: construída em um parque ambiental nos EUA sob autorização do governo, teve-se de ter o cuidado de desmontá-la ao final da produção para que a paisagem natural não fosse prejudicada pelo filme. Tudo é lindo e muito bem fotografado, com o luxo desfrutado pelos personagens saltando à vista graças ao competente trabalho de ambientação feito pela arte. Quanto aos planos, cito o momento em que Richard Parker está com sua namorada na praia e Bernie aparece ao fundo, atrapalhando o momento, ou então quando este mesmo é jogado da varanda por Larry e o menino o enterra (muitos, muitos e muitos risos).

O trabalho dos atores é impressionante. Andrew McCarthy e Jonathan Silverman quase que refletem aquilo que o público pensa: “Meu Deus, será que eles não percebem que ele está morto?”. Suas piadas são mais divertidas por suas reações a tudo o que acontece do que por sua formação propriamente dita. Mas o destaque no elenco fica mesmo para Terry Kiser, que faz o papel do morto Bernie Lomax. O homem dá um show e se dispõe a tudo: desde ser arrastado por escadas (fraturou várias costelas nesses tombos) até agüentar um aspirador de pó passando pelo seu rosto. Se em alguns raríssimos momentos percebemos uma ação de Terry, o fato de ele ficar completamente a mercê de tudo o que acontece é fantástico, pois o cara parece realmente estar morto e que não está fazendo tudo aquilo no filme (parece um boneco real muitas vezes, porque ele se dispõe, acreditem em mim, a muitas coisas).

Lógico que o filme possui alguns defeitos, como o seu ritmo por demais acelerado em alguns momentos, uma conclusão simples demais para tudo o que havia acontecido e ter uma personagem mal trabalhada e praticamente inútil à história (Gwen, o interesse romântico de Richard, interpretada pela linda Catherine Mary Stewart), mas são erros causados mais pela ingenuidade não tão ingênua assim na confecção do longa por parte de seus realizadores (não vejo uma pretensão como um todo; e quando me refiro à ingenuidade, digo sobre o fato de acontecer tudo sem se preocupar sobre o que o público vai pensar daquele absurdo todo, e completo com não tão ingênuo assim pelo fato de que tudo é intencional, pensado por seus realizadores, que sabiam o que faziam, mas sem a pretensão de deixá-lo tão grande quanto é hoje).

O resultado final é que Um Morto Muito Louco é um filme inteligente, que vai direto ao ponto e diverte muito, mas muito mesmo. As comédias dos anos 80 (e são muitas) se preocupavam em escolher um tema e trabalhá-lo da melhor forma possível, ao contrário de hoje, que tudo parece ser resumir apenas no sexo, apenas trocando a gostosa do cartaz. Se são sinais dos tempos, hoje somos mais burros do que éramos antes, mas como não acredito nessa hipótese, prefiro não engolir as porcarias feitas por Hollywood hoje em dia e continuar rindo com os meus bons e velhos companheiros de sessão da tarde.

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Título Original: Weekend at Bernie´s
Gênero: Comedia
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português

domingo, 26 de julho de 2009

Touro Indomavel(Raging Bull)


É comum que alguns cineastas iludam o público realizando uma obra-prima no começo da carreira e depois nunca mais chegam perto do ápice. Se tivessemos que escolher um filme da carreira de Martin Scorsese para ser rotulado como tal, precisaríamos, no mínino, carregar metade de sua filmografia. "Taxi Driver", "A Última Tentação de Cristo", "Os Bons Companheiros", todos dignos de tal alcunha. Mas talvez o filme que de melhor forma elucidou o dom cinematográfico de Scorsese com uma câmera na mão foi mesmo "Touro Indomável".

Visto com um olhar tecnicamente crítico, "Touro Indomável" é praticamente perfeito. Principalmente se observarmos meticulosamente toda a parte técnica do longa. Claro que para chegarmos a uma conclusão lógica e sensata precisamos ver o filme mais de uma ou duas vezes, enfim. Via de regra, Scorsese consegue fugir de todos os clichês dos filmes esportivos. "Rocky - Um Lutador" em 1976, consagrou-se com um estilo de filmagem maravilhoso, lançando, assim, um desafio a mais aos futuros realizadores de filmes sobre boxe. Na verdade, Scorsese não tinha a mínima idéia de como filmar um filme de boxe, então "Raging Bull" se transforma em um filme onde o que menos importa é o boxe. Sim, "Touro Indomável" não é um filme sobre boxe.

Scorsese traça o perfil de Jake LaMotta (De Niro) com destreza única. LaMotta é um pugilista que vive sempre com seu lado animal a espreita. Família, amigos, esposa. Todos são influenciados por sua brutalidade nos relacionamentos. Sua brutalida, porém, o leva a situações complicadas e provoca consequências dramáticas graves na vida e carreira de um homem solitário como é LaMotta.

Sendo LaMotta filho de imigrantes italianos, Scorsese ganhou uma vantagem em relação ao personagem interpretado por Robert De Niro. A rigor, De Niro dispensa comentários. Faz do ringue, das ruas, dos bares e apartamentos, um palco perfeito para que possa entregar uma das atuações mais monstruosas em todos os tempos. Auxiliado pelo bom companheiro Joe Pesci (ótimo), De Niro faz de Jake LaMotta um personagem assustador e violento, mas que, no fim, o espectador acaba torcendo pelo sucesso e pela chamada "volta por cima" do homem. Por isso, afirmo que "Touro Indomável" não é um filme sobre boxe. É um filme sobre um ser humano inseguro de si mesmo, agressivo ao extremo e acaba sempre metendo os pés pelas mãos.

Caminhando até a parte técnica do longa, chegamos na montagem mais competente da filmografia de Scorsese. A montagem de Thelma Schoonmaker (vencedora do Oscar) é antológica, expressa toda a virtuosidade e complexidade de LaMotta de maneira brilhante. As cenas de luta são fantásticas e cada golpe disparado dos punhos de LaMotta é montado de forma arrebatadora. A fotografia em P&B, dando ênfase aos tons de um cinza mais profundo, caiu como uma luva a resistência de Scorsese em filmar a cores. A mixagem de som é outro quesito que merece destaque (sons semelhantes ao de animais berrando foram mixados para acentuar a selvageria das lutas).

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Título Original: Raging Bull
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 128 min
Ano de Lançamento: 1980
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 430 mb

Inimigos Publicos


Inimigos Públicos conta uma daquelas histórias que poderiam ser apenas lendas urbanas, mas que realmente aconteceram. O longa, assinado por Michael Mann (O Último dos Moicanos, Colateral) traz um relato dinâmico e envolvente sobre a vida de John Dillinger (Johnny Depp), vilão e herói nacional nos Estados Unidos da Grande Depressão, nos anos 30.

Após passar um tempo na prisão e compartilhar experiências com outros detentos, Dillinger se torna um exímio assaltante de bancos e logo é considerado o inimigo público número um do Estado. Entretanto, diferentemente de outros ladrões, ele preservava o dinheiro da população, roubando apenas os cofres das instituições financeiras. Com essas atitudes, o malfeitor ganhou a simpatia de parte dos civis - revoltados com a situação de crise monetária do país.

Johnny Depp mais uma vez conduz a trama com muita eficiência. A ousadia e a ambição das ações de seu personagem fecham perfeitamente com o ar transgressor que ele apresenta em suas expressões e diálogos. E ainda há de se ressaltar as rápidas mudanças no estado de espírito de Dillinger. Depp pode ser naturalmente cômico ao desfilar em locais públicos e desafiar o povo a reconhecê-lo. Mas apresenta-se também um gângster implacável nas diversas cenas de tiroteio, ou mesmo como um conquistador elegante e um apaixonado fiel à namorada. Diante de tantas ambiguidades e facetas, é fácil de identificar-se com o criminoso, o que aumenta a expectativa sobre seu desfecho.

Embora o filme foque basicamente a vida de gângster de Dillinger, o roteiro, baseado em livro de Bryan Burrough, ainda dá espaço para o início do FBI e à conduta do agente Melvin Purvis (Christian Bale) atrás do criminoso. Além disso, os métodos violentos do diretor do órgão, J.E Hoover (Billy Crudup), agregam conteúdo histórico ao pano de fundo da narrativa.

De negativo, o que sobressai é a relação de Depp com Marion Cotillard, que interpreta Billie Frechette, amante do protagonista. Não que a química do casal seja ruim, mas o relacionamento dos dois é estabelecido de forma tão rápida que parece inverossível. Felizmente, este fator fica apenas em segundo plano perante os outros ótimos momentos da obra.

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Título Original: Public Enemies
Gênero: Policial
Tempo de Duração: 140 min
Ano de Lançamento: 2009
Qualidade: Ts
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 427 mb

sexta-feira, 24 de julho de 2009

As Ruinas


The Ruins surge como uma adaptação cinematográfica de um livro como o mesmo nome, e conta com a participação de Jonathan Tucker (The Texas Chainsaw Massacre), Jena Malone (Donnie Darko), Laura Ramsey (The Covenant) e Shawn Ashmore (Solstice).

Durante os últimos dias de férias no México, quatro jovens decidem participar numa expedição até a um remoto templo maia escondido no coração da selva mexicana. Assim que chegam à imponente pirâmide, eis que surge um grupo de indígenas locais armados que os impede de abandonar o local. Sem outra alternativa, o grupo acaba por acampar no topo do templo, descobrindo pouco tempo depois que estão rodeados por uma espécie de planta mortífera.

Apesar ser um pouco rebuscada, a ideia de existirem plantas carnívoras adaptadas à captura de seres humanos é no mínimo intrigante. Seguindo esta linha de pensamento, o filme foca alguns aspectos interessantes, como por exemplo o modo engenhoso como as plantas conseguem enganar e capturar as vítimas. Infelizmente, é muito provável que essas ideias tenham perdido um pouco de verosimilhança quando transpostas do livro para o filme. Por outro lado o terror não surge directamente associado às plantas mas antes às reacções e decisões dos personagens, que vão sendo pressionados e postos à prova, tanto em termos físicos como mentais.

Assim, acaba por haver um certo equilíbrio entre o derramento de sangue e a paranóia ou o desespero. Eventualmente, poder-se-á criticar a fraca, senão total ausência de explicação para a existência das plantas, tal como a certa monotonia em termos de cenário, já que a acção decorre quase sempre no mesmo espaço.

Ainda se poderá referir também a certa passividade dos personagens no papel de vítimas, na medida em que nunca se lembram de tentar destruir as plantas.

The Ruins é mais um filme de terror sobre a luta pela sobrevivência, que merece algum mérito por conseguir caracterizar o agente ameaçador de uma forma suficientemente plausível e dinâmica, sem deixar que a história caia no perigoso domínio da pirosice.

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Título Original: The Ruins
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 91 min
Ano de Lançamento: 2008
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb (RAR)
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 379 mb

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Os Estranhos

Seguindo à risca o legado deixado pelo mestre Alfred Hitchcock, Bryan Bertino cria, a partir de experiências próprias, um suspense assumidamente despretensioso. Via de regra, o que Bertino quer é trabalhar com idéia do imaginário da platéia. Ele está ali apenas para mexer com os sentidos do público, sem maiores pretensões, deixando de lado qualquer subtexto ou mensagem subliminar. Para ele, isso pode ser visto na maioria absoluta dos suspenses hollywoodianos lançados com freqüência. O objetivo do diretor é manter o espectador preso na cadeira. E Os Estranhos faz isso muito bem, desde que você esteja disposto a ignorar certos aspectos.

A rigor, existem de fato algumas decisões tomadas pelos personagens que se mostram absolutamente inverossímeis. Mas veja bem: quando James Stewart "mandou" Grace Kelly vasculhar o apartamento de um suposto assassino em Janela Indiscreta ou quando o velho Hitch tentou nos convencer de que Kim Novak não era Kim Novak em Um Corpo Que Cai, ninguém reclamou porque era Hitchcock. Agora quando um diretor estreante dirige uma cena tão absurda quanto (até mais, diria), ele não merece um desconto? Aliás, o público deve ficar de olho, afinal pode estar surgindo mais um autor por aí.

Apesar dos créditos mentirosos, Os Estranhos não é baseado em fatos, e sim em experiências vividas pelo próprio diretor. A trama bastante objetiva mostra o casal Kristen (Liv Tyler) e James (Scott Speedman) voltando de uma festa onde houve uma pequena briga entre os dois. Quando estão em casa, uma menina bate na porta (às 4 da manhã) procurando por uma pessoa que eles desconhecem. Depois de mais uma batida e alguns barulhos suspeitos, Kristen desconfia que tem alguém a mais em casa. A partir daí, o suspense que se desenvolve na tela é expressivo e virtuoso. Nós sabemos o que o casal sabe sobre a invasão. Nem mais, nem menos.

Bertino, que também assina o roteiro, errou na construção da ação dramática em situações de pavor. Apesar de ninguém saber como reagiria se estivesse vendo sua casa ser invadida por três seres mascarados que não dão explicação alguma sobre os motivos da invasão ("por que vocês estavam em casa", diz um mascarado, e só), o diretor propõe soluções idiotas para situações críticas, caindo no velho clichê de que é preciso atitudes babacas para tocar o filme para frente. Não é bem assim. Já que tinha um roteiro bastante eficiente, Bertino poderia ter trabalhado melhor algumas idéias. Menosprezar a inteligência do espectador não é legal.

O fato é que os deslizes criativos do diretor e roteirista não são capazes de desviar o foco narrativo do longa. Os Estranhos existe apenas para manter o espectador tenso, apenas isso. E Bertino faz de sua câmera o principal ingrediente para tanto. A câmera anti-estática e que caminha lateralmente com elegância é um artifício muito bem empregado, e que funciona como um tempero a mais ao suspense gradativo que o diretor elabora. Com ângulos que permitem o espectador saber mais que os mocinhos (às vezes, só às vezes) e fotografia excelente, que utiliza uma paleta escura, fazendo bom uso da locação única, Bertino proporciona uma experiência tão assustadora quanto psicológica. A velha trilha sonora estridente está presente como prequel para assustar, mas não consegue fazer isso porque todo mundo já está careca de saber que quando ela começa logo, logo vem o susto. Os Estranhos funciona mais quando quer manter o espectador tenso, sem sanguinolência e membros decepados.

Parente direto de Violência Gratuita, de Michael Haneke, Os Estranhos (menos intelectual e mais descompromissado, mas não menos eficiente) acaba por tornar-se um exercício muito bem executado e, antes tudo, um trabalho primoroso de direção. Ademais, Liv Tyler colabora muito com uma interpretação segura e que transmite o real sentimento de pavor de sua personagem. Scott Speedman não mostra nada mais que a construção preguiçosa de seu personagem. Toda a tensão é confiada a Liv, que não decepciona. Os Estranhos é uma surpresa vinda de Hollywood em tempos onde o cinema (quase) não tem mais voz própria.

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Título Original: The Strangers
Gênero: Terror/Suspense
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português

Identidade


Lembra quando você assistiu 'Pânico' pela primeira vez? Desde então, foi difícil surgir outro filme que fizesse você pular da cadeira… Até 'Identidade' chegar aos cinemas.

Se o elenco (que é de primeira) não faz você querer ver esse filme, a história fará. 'Identidade' é um suspense psicológico que vai te deixar arriscando palpites até o ultimo segundo. No estilo "Pânico", você vai ter que adivinhar quem é o assassino, que, obviamente só será revelado no fim do filme.

Lembra daquele jogo "Detetive"? Essa é exatamente a premissa do filme. Dez pessoas completamente estranhas ficam presas num hotel barato (que nos EUA é chamado motel), e de repente, elas começam a morrer uma a uma. Apesar de tudo rolar como se fosse um tipo filme de terror, a direção que a história toma no meio do filme faz você perceber o que fez esse filme se destacar entre tantos outros filmes do genêro. E é claro que eu não vou contar!


John Cusak ('Con Air - Rota de Fuga', 'Adaptação'), Ray Liotta ('Hannibal', 'Turbulencia'), Rebecca de Mornay ('A Mão que Balança o Berço'), Amanda Peet ('Fora de Controle'), Clea DuVall ('Garota, Interrompida', 'Prova Final'), Alfred Molina ('Chocolate', 'Homem Aranha 2'), entre outros, estão impecáveis. Eles fazem você sentir cada segundo do filme, e compartilhar da angustia e do medo dos personagens. Tudo isso somado a cenas fortes, gráficas, e cheias de surpresas, são suficiente pra te deixar grudado na poltrona.

Se você estava esperando por um filme que te fizesse sair de casa e ir ao cinema, a sua espera chegou ao fim. Corra para os cinemas, porque pra cada 100 filmes despejados nas telas, somente um é tão bom quanto esse (o que até chega a ser triste).

Não se fazem mais suspenses como antigamente, mas de vez em quando um filme como esse vem pra manter a sua esperança de que Hollywood é capaz de muito mais do que tem feito ultimamente.

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Título Original: Identity
Gênero: Suspense
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Se Beber Não Case(The Hangover)

É de praxe todo ano aparecer um filme com humor politicamente incorreto que inesperadamente desbanca alguns blockbusters do verão americano e fatura milhões de bilheteria. Foi assim em 2005 com Os penetras bons de bico, ano passado com Trovão tropical e agora em 2009 com Se Beber, Não Case que consegue ter cenas desprezivelmente engraçadas e situações surreais.

A premissa é a básica despedida de solteiro onde alguns amigos levam o noivo pra uma balada que "nunca vão se esquecer". O detalhe aqui é que após um brinde no telhado de um grande hotel de Las Vegas os companheiros se encontram jogados ao chão, bêbados, sem se lembrar de nada da noite anterior e o pior, perdem o noivo sabe-se lá aonde. O resto do filme é uma busca atrás de pistas sobre o paradeiro do garoto que vai se casar dentro de 24 horas.

Sob a direção de Todd Phillips (diretor de Dias Incríveis e roteirista de Borat) o filme conta com algumas cenas que vão fazer algumas pessoas terem crises de riso como a sequência do tigre e até mesmo os créditos finais, mas o melhor são as sacadas "incorretas" do roteiro como a brincadeira que o barbudo Alan Garner (Zach Galifianakis) promove com um bebê em uma mesa de bar. E elas estão por todas as partes do longa.

Conte ainda com boas performances cômicas de Bradley Cooper (Ele Não Está Tão a Fim de Você) como o canastrão Phil e a melhor de todas, a de Ed Helms (o engraçadíssimo Andy Bernard da série The Office) como o bobinho Stu que conta com sacadas mais absurdas de toda a trama. Ah, e ainda tem uma participação de... Mike Tyson, no papel dele mesmo. E acredite, faz rir.

Depois de ultrapassar a barreira dos 183 milhões de dólares de bilheteria mesmo tendo custado apenas 35 e ainda estar figurando entre as 5 maiores bilheterias durante 3 semanas consecutivas lá fora, o filme tem fortes chances de atrair um grande público também no Brasil (ainda que Trovão tropical tenha feito algo parecido ano passado e mesmo assim passou despercebido pelos cinemas brazucas). Mas o potencial sucesso teen do filme não deve ofuscar o seu brilho como obra proibida pra menores (mesmo com tantos sucessos do mundo pop em seu núcleo) e que tem algo que anda faltando em muitos dos filmes de comédia ultimamente: humor.

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Título Original: The Hangover
Gênero: Comédia
Tempo de Duração:
Ano de Lançamento: 2009
Qualidade: DDC
Formato: Avi
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 730 mb

terça-feira, 21 de julho de 2009

Exterminador do Futuro, A Salvação


No ano de 2018, a Skynet está capturando seres humanos. John Connor é o responsável pela resistência humana na guerra contra as máquinas.

Para homenagear os fãs, quando Rocky Balboa chegou aos cinemas foram usados trechos dos filmes anteriores como flashback. Apenas Rocky V (1990), considerado o pior da franquia, ficou de fora. Em O Exterminador do Futuro: A Salvação (Terminator Salvation) acontece um fenômeno semelhante: o terceiro longa é considerado o mais fraco e não precisa ser assistido para a compreensão do novo episódio. Os elementos dele não são usados como referência nessa aventura. Já em relação aos outros dois, há falas, músicas e até objetos de cena que fazem alusão às outras peripécias do clã Connor.

Como o protagonista, Christian Bale parece estar tentando copiar os passos de Harrison Ford nas décadas de 1970 e 1980. Nesse período, Ford tinha dois papéis nos cinemas que são venerados pelos nerds: Han Solo, na saga original de Star Wars, e Rick Deckard, de Blade Runner (1982). Já o Bale do século 21 é o intérprete de Batman e John Connor. Mas enquanto Solo é muito mais carismático do que Skywalker, Bale tem uma sina mais triste. Em ambas as produções, a presença dele é ofuscada por um ator que rouba a cena. Em Cavaleiro das Trevas Heath Ledger é o memorável Coringa, e em Exterminador 4 quem se sai melhor é Sam Worthington (Morte Súbita), no papel de Marcus Wright.

Para quem está interessado na ação, o filme é um banquete. Sequências de perseguição, tiroteio e lutas cheias de adrenalina são o presente para os mais empolgados. Os efeitos visuais funcionam bem e não transformam o espetáculo em videogame.

O calcanhar de Aquiles de Exterminador 4 é a cena final. O desfecho parece ter sido tirado de uma redação de sexta série. Para o bem dos fãs, o que é construído nos primeiros 90% do enredo é tão bom que o final não estraga por completo a experiência.

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Título Original: Terminator Salvation
Gênero: Ação / Ficção Científica
Tempo de Duração: 130 min
Ano de Lançamento: 2009
Qualidade: DDC
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 398 mb

Harry Potter e O Enigma do Principe


A franquia 'Harry Potter' está se tornando cada vez mais interessante nos cinemas. A linha mais adulta e inteligente iniciada com 'Prisioneiro de Azkaban' foi tomando força, e 'O Enigma do Príncipe' é o filme mais sombrio até aqui.

O diretor David Yates conseguiu transformar o quinto filme da franquia, 'Harry Potter e a Ordem da Fênix', em uma sessão divertida. O livro, considerado por muitos fãs como chato, se transformou em um ótimo filme. Sendo assim, ele teve mais liberdade em adaptar 'Harry Potter e o Enigma do Príncipe' da sua maneira.

Como toda adaptação, 'Harry Potter e o Enigma do Príncipe' não irá agradar a todos. Muitas passagens do livro foram deixadas de fora do filme, e algumas alterações serão notadas. Mas no geral, Yates conseguiu novamente e criou uma história bem amarrada, utilizando o que realmente importava no livro para abrir espaço para as duas últimas adaptações que estão por vir. E criou um filme que merece aplausos.

'Harry Potter e o Enigma do Príncipe' traz a história do sexto ano de Harry Potter na escola de magia de Hogwarts. Enquanto Harry começa seu ano em Hogwarts, Lorde Voldemort traz destruição pela Inglaterra e a necessidade de derrotá-lo torna-se cada vez mais forte. Usando um antigo livro de poções que pertenceu ao Príncipe Mestiço, Harry aprofunda seus conhecimentos de magia e prepara-se para a guerra.

Antes ele precisa ajudar Dumbledore a descobrir o segredo da cruzada de Voldemort para conseguir a eternidade: o esconderijo de suas Horcruxes.

De todos os filmes da franquia, este pode ser considerado o que mais difere do livro. O roteiro praticamente alterou rumos da história, mas de uma maneira bem construida e funcional. Afinal, filme e livro são bem diferentes, e o que funciona em um pode não dar certo em outro. A construção dos personagens ficou mais interessante, e os argumentos do roteirista Steve Kloves convencem, sendo coerentes com as atitudes dos protagonistas.

Os atores evoluiram a cada filme e estão cada vez mais ligados aos personagens. Afinal, foram quase 10 anos atuando nos filmes da franquia.

Rupert Grint está hilário como Rony Weasley, e conseguiu uma química ótima com a novata Jessie Cave (Lilá Brown). Emma Watson está cada vez melhor como Hermione, sendo a atriz que teve melhor desempenho desde o primeiro filme, aqui ela prova não ser apenas uma atriz infanto-juvenil que se deu bem em uma franquia milionária, e sim uma ótima atriz que evoluiu e merece louvor. Daniel Radcliffe também demonstra amadurecimento e entrega aqui sua melhor atuação até o momento.

O elenco de nomes britânicos é invejável. De Helen McCrory (Narcisa Malfoy) e Alan Rickman (Severo Snape) a Jim Broadbent (Horácio Slughorn), um show de grande nível de consagrados atores.

A direção de Yates continua brilhante (mesmo que minha preferência ainda seja por Alfonso Cuarón, diretor do perfeiro Prisioneiro de Azkaban). Ele consegue manter o clima do livro, adicionando um toque mais sombrio e adulto com uma fotografia impecável, além de criar efeitos visuais e especiais mágicos.

'Harry Potter e o Enigma do Príncipe' consegue preparar o público para o final da franquia com louvor, além de deixar a certeza que Yates cumprirá seu papel e entregará mais dois filmes ótimos. A única tristeza dos fãs é saber que o momento final está se aproximando, e a franquia milionária que nunca decepcionou chega ao fim em apenas dois anos.

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Título Original: Harry Potter and the Half-Blood Prince
Gênero: Aventura
Tempo de Duração:
Ano de Lançamento: 2009
Qualidade: Ts
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 450 mb