quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Casa dos 1000 Corpos


Como criticar uma obra que se compromete explicitamente em ser trash? Eis a questão que fundamenta este texto que você leitor está lendo. Este é o primeiro filme de Rob Zombie como diretor e roteirista, e apesar de poucos concordarem é um filme divertido que mesmo com seus defeitos exageradamente ampliados pela critica em geral não me impedem de afirmar que “A Casa dos 1000 Corpos” é um filme injustiçado pela critica e ofuscado pela sua ótima seqüência “Rejeitados pelo Diabo” (Devils Rejects).

A história é simples, sem muitas complicações que apesar de não ser original é atolado de referências, mas talvez o maior ponto negativo de “A Casa dos 1000 Corpos” seja o experimentalismo visual que polui muito ao invés de impactar o espectador, como talvez tenha sido a intenção de Rob Zombie e a movimentação inquietante da câmera incomoda em alguns momentos.

O filme conta a história de um casal de jovens compostos por Bill (Rainn Wilton), Denise (Erin Daniels), Jerry (Chris Hardwick) e Mary (Jennifer Jostyn). Os quatro jovens viajam pelo interior dos Estados Unidos no final da década de 70, conhecendo e entrevistando donos de paradas de estrada exóticas com intuito de conseguir material para escrever um livro. Em um desses locais na véspera de Halloween eles encontram um lugar chamado Capitão Spaulding, cujo dono é o próprio Capitão Spaulding (Sid Haig), um palhaço bem longe do convencional que administra um local de atrações bizarras.

Os jovens embarcam no Carro da Morte uma das atrações do lugar, que nada mais é que uma espécie de trem fantasma que conta a história de assassinos famosos, dentre eles, um maníaco famoso na região conhecido como Doutor Satã, um cirurgião louco que usava seus pacientes como cobaia em experimentos cruéis com o intuito de criar uma raça de super humanos. Capitão Spaulding, vai mais longe e conta a lenda do Doutor Satã em que depois de ter sido enforcado em uma arvore próxima da região e deixado pra trás, nunca mais acharam seu corpo quando retornaram para buscá-lo.

Jerry empolgado com a idéia, antes de ir embora do local convence o Capitão Spaulding a desenhar um mapa da tal árvore para que o grupo fosse visitá-la. É daí em diante que as coisas começam dar errado para o grupo. No caminho para a tal árvore numa noite chuvosa, os quatro decidem ajudar uma garota que pedia carona na estrada, Baby (Sheri Moon Zombie), o pneu do carro fura no trajeto e como agradecimento e para ajudá-los, Baby prontamente se oferece para ir a sua casa que fica ali perto chamar seu irmão para guinchar o carro e dar abrigo para os quatro naquela noite tempestuosa. Coincidências demais para uma só noite, não? Bem como eu havia dito, o filme não era nem um pouco original, e na verdade até uma releitura dos filmes da década de 80 atolados de clichês, e acho que o parágrafo acima descreve bem isso. É mais do que obvio que todas as coincidências acima nada mais são que parte de um plano para atrair, desavisados para uma armadilha.

Na casa de Baby são apresentados aos quatro, a Mãe Firefly (Karen Black), Tiny (Matthew McGrory), Hugo, o vovô Firefly (Dennis Fimple) e Otis (Bill Moseley). Depois de uma seqüência de bizarrices da família excêntrica, os quatro saem da casa em meio á um conflito com Baby, mas são encurralados por Otis e Tiny na saída, virando reféns. Por sorte, ou quase sorte, quando os quatro estavam saindo do posto do Capitão Spaulding, uma das garotas telefona para o seu pai, um ex-policial que ao notar o desaparecimento de sua filha, liga para um conhecido da região e que por sua vez coloca dois policiais no rastro da garota.

A obra segue daí em diante presenteando o espectador com um festival de sadismo e insanidade da família Firefly para com suas vitimas que além dos quatro jovens recém aprisionados estão quatro lideres de torcidas de um colégio local, que estavam sendo constantemente noticiadas na televisão como desaparecidas. Em se falando da violência do filme, não esperem nada muito explicito, na verdade uma violência até que moderada levando em consideração a premissa de Rob Zombie de fazer um filme chocante em seus depoimentos antes do lançamento do filme.

O filme em um determinado momento apresenta uma reviravolta ao espectador, dando luz à lenda do Doutor Satã e colocando duas personagens secundarias como o centro da história que é deslocada totalmente para outro ambiente com outros personagens. Esse ponto prejudica em muito o filme, mas encarando essa parte como um trecho isolado não há motivos para escancarar mil e uma críticas negativas, principalmente levando-se em conta a proposta do filme discutida no começo do texto de não levar a sério uma obra que não se propõe a expor nenhuma realidade convincente.

O filme acaba com um desfecho em que literalmente o “mau ganha”, e que com certeza não vou contar aqui, mas fica a dica, apesar de todos os defeitos desse filme de Rob Zombie, a obra consegue oferecer um divertimento sem o compromisso com a seriedade e na minha sincera opinião só a presença de Sid Haig como o carismático e divertido Capitão Spaulding, nos poucos minutos que aparece, já vale o filme inteiro.

Trailer do Filme

Download do Filme

Título Original: House of 1000 Corpses
Gênero: Terror
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português

Nenhum comentário:

Postar um comentário