quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sexta-Feira 13, Parte 9 - Jason Vai Para o Inferno


Depois do fiasco que foi o oitavo filme, a Paramount vendeu os direitos da franquia para a New Line. Diferentemente da produtora original, a “nova casa” de Jason aguardou três anos para lançar a sua primeira seqüência, estudando roteiros, trazendo novamente Sean S. Cunningham (que dirigiu o primeiro) para produzir – deviam ter trazido Steve Miner – e buscando idéias novas para uma série já desgastada. Fazer o assassino atacar jovens em acampamentos não teria mais graça; levá-lo a novos horizontes, também não.

Jay Huguely, Adam Marcus e Dean Lorey resolveram então dar “um novo sangue” para Jason, praticamente reinventando a franquia, homenageando os fãs de terror e ignorando boa parte do que foi mostrado nos filmes anteriores. Esqueça: Jason nunca foi para Nova Iorque; Crystal Lake nunca mudou seu nome para “Forest Green” - já que os habitantes da região têm orgulho de seu ilustre assassino; Tommy Jarvis nunca existiu...

Bom, se você não quiser esquecer esses detalhes, procure uma revista americana lançada na época, que explica como Jason voltou para Crystal Lake e como o FBI resolveu se meter na brincadeira....

Se você não leu, então esqueça mesmo. Fica muito mais fácil aceitar as bobagens do roteiro de “Jason Vai para o Inferno”. A primeira delas: Pamela Voorhees teve também uma filha: Diana Kimble (que alterou seu nome para não ser associada ao maníaco). Esta por sua vez, teve uma filha, Jessica Kimble (sobrinha de Jason), que também teve um filho. Inventar uma irmã para Jason nada mais é do que homenagear “Halloween” (sim, é uma homenagem, como centenas de outras que acontecem no filme)

Ao perseguir uma garota por Crystal Lake, Jason é encurralado, metralhado e explodido numa operação militar. Seus restos mortais são levados ao necrotério para um legista realizar a necropsia. Sem corpo e eletricidade para voltar à vida, a maldade de Jason incorpora no legista, que come seu coração, e se transforma no assassino imortal.

Na saída, mata dois agentes do FBI, um deles interpretado pelo próprio ator que interpreta Jason, Kane Hodder.

Depois, mata alguns jovens num acampamento ( “- vocês vão transar, usar drogas e serem assassinados?”, diz Steve Freeman para as futuras vítimas, numa das boas falas do longa) e segue rumo ao encontro de algum membro de sua família. Sem corpo fixo, ele precisa de alguém da família para poder voltar (“- Somente um Voorhees pode matar Jason e fazê-lo renascer.”) e está disposto a matar todo mundo que cruzar seu caminho para realizar sua missão.

Aqui, os fãs questionam: por que Jason não foi atrás de sua irmã antes, nos filmes anteriores? A explicação dos roteiristas é simples: ele não foi porque somente agora oficialmente seu corpo foi completamente destruído. E ele só precisa dela para renascer, então não haveria motivo para procurá-la antes...

A única pessoa que conhece esse segredo é o caçador de recompensas, Creighton Duke, que diz ter pesquisado nos arquivos da família Voorhees para descobrir um jeito de matar Jason. O caçador passa o filme inteiro na delegacia, apenas saindo na seqüência final, o que é difícil de entender o motivo realmente. O roteiro até faz o caçador xingar a filha do delegado para ficar enjaulado o filme inteiro...

Toda a ação culmina na casa dos Voorhees, onde Jason faz o que devia ter feito o filme inteiro e inexplicavelmente não fez: entra no cadáver de Diana e renasce. Segue uma luta ridícula com o heroizinho, Steven, em que Jason simplesmente atira o corpo do rapaz para todo lado ao invés de quebrá-lo como sempre fez. Também fica difícil engolir a cena em que ele bate no rapaz com um ferro ao invés de simplesmente enfiá-lo no estômago dele, como sempre fez.

Aliás, o visual de Jason está péssimo aqui. Com o cérebro à mostra, gordinho e com fios de cabelo comprido, o assassino solta grunhidos o filme inteiro e até chega a falar, quando incorpora um policial. (!!!) . E a trilha incidental que toca sempre que Jason aparece é chata de doer...

Para piorar tudo, o roteiro ainda traz um punhal como arma única capaz de matar Jason. Um detalhe besta e sem fundamento algum...

Crystal Lake, que antes era um local amaldiçoado, agora é um ponto turístico, que vende doces em forma da máscara de Jason e souvenirs.Há até o inescrupuloso que quer transformar a casa dos Voorhees num museu com a história dos assassinatos no local.

“Jason vai para o Inferno” é bem ruim, realmente. Mas, ainda insisto, não consegue perder da péssima parte 8. Além de ser bem movimentado – não é nem um pouco tedioso como foi dito aqui -, traz diversas homenagens aos filmes de terror. Tem citação ao “The Hidden – O Escondido” (pela troca de corpos), a John Carpenter (quando aparece uma caixa no porão, onde se lê Julia Carpenter) e Expedição do Ártico (citação ao episódio do monstro da caixa, do “Creepshow”). Faz menção ao Michael Myers, quando a jovem diz que o rapaz está na estrada próximo à casa dos Myers; menciona “O Incrível Homem que Derreteu”; citação ao “Alien – O Oitavo Passageiro”, quando uma criatura sai de dentro do corpo do policial possuído; cita “Evil Dead”, quando mostra o Necronomicon, na casa dos Voorhees e por ter um personagem chamado Campbell; além, obviamente, da luva de Freddy Krueger na cena final...

Trailer do Filme

Download do Filme

Título Original: Jason Goes to Hell: The Final Friday
Gênero: Terror
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português

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