quarta-feira, 6 de maio de 2009

Os Imperdoáveis


Meio mundo já não acreditava mais no faroeste quando em 1992, Clint Eastwood, até então apenas um bom diretor, lançou sua homenagem ao gênero que o consagrou. O longa-metragem veio num momento em que os fãs do gênero já andavam impacientes e ainda marcou o retorno triunfal de Clint ao western spaghetti consagrado por Sergio Leone. Aliás, o ator/diretor dedicou o filme ao seu grande mentor, Sergio Leone, que o iniciou na carreira de ator em Por Um Punhado de Dólares. O resultado foi Os Imperdoáveis, faroeste eficiente, que foge dos clichês e ainda atualiza o gênero com um roteiro esperto, mas que não abre mão do escopo do western clássico.
Assim como John Ford, Sergio Leone e Don Siegel, Clint coloca Os Imperdoáveis na posição que critica o mito do herói hollywoodiano desde o início. Não há personagens fúteis, com seus afazeres banais e suas vidinhas mais ou menos. Aqui, o diretor traça um perfil sujo, violento e cruel, mas acima de tudo realista, mostrando o que todo mundo sabe que existiu (ou será que ainda existe?), mas que a grande indústria televisiva norte-americana insiste em transformar em lenda fantástica. Algo tipicamente hollywoodiano, já que o norte-americano precisa dessa lenda do herói. Mérito, também, do roteiro de David Webb, que mesmo não apresentando um conteúdo de diálogos excepcional, consegue compor uma atmosfera perfeita para ação dramática que seria orquestrada por Clint.

Em tempo, o filme conta uma história simples, mas com objetivo centrado e roteiro inteligente. Quando o filme começa, Will Munny (Eastwood) já é um ex-pistoleiro. Viúvo (mas com grande respeito por sua finada esposa), vivendo uma vida pacata cuidando dos seus filhos, Munny não tem mais motivos para sorrir. Até que o jovem Scholfield Kid (Jaimz Woolvett) aparece no rancho propondo o seguinte: matar dois vaqueiros que retalharam o rosto de uma prostituta. Como recompensa eles ganhariam a bolada de 1000 dólares. Para tanto, Munny chama seu parceiro Ned (Morgan Freeman). Os três partem em busca dos detratores, mas antes precisam enfrentar a violência do xerife Bill (Gene Hackman).

O texto de David Webb trata os personagens como eles são: não-cultos, mas com "leis" próprias que são seguidas à risca. O dinamismo e o realismo com que Webb compõe seus personagens é a peça-chave do roteiro. Aliado à ótima direção de atores de Clint, o elenco ganha destaque. O próprio Clint, por exemplo entrega um dos seus melhores desempenhos como ator, captando exatamente com a essência do personagem com precisão cirúrgica. Morgan Freeman está tão bem que em diversos momentos "pedimos" sua presença em cena. Gene Hackman (vencedor do Oscar de coadjuvante) repete a boa performance do seu filme anterior, O Julgamento Final, como o xerife mal-encarado, enquanto o Richard "Dumbledore" Harris esbanja seu talento.

A fotografia esperta não perde nenhum ângulo panorâmico, usa uma paleta escura que anda em paralelo com o lado sombrio dos personagens. A fotografia fica mais bonita quando Clint usa sua maturidade para dirigir as cenas de ação dramática, utilizando ângulos que passam a idéia de que somos nós que estamos na mira da espingarda. Completo, sobre a carreira de Eastwood, pode-se dizer o diretor chegou a um ponto (juntamente com Scorsese, Spielberg e principalmente Woody Allen) em que dificilmente fará um filme que não seja, no mínimo, bom. Com Os Imperdoáveis, Clint despertou um gênero fundamental para o cinema que há tempos estava adormecido. Uma bela homenagem aos seus mestres!

Trailer do Filme

Download do Filme

Título Original: Unforgiven
Gênero: Faroeste
Tempo de Duração: 131 min
Ano de Lançamento: 1992
Qualidade: DVDRip
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Tamanho: 409 mb

Um comentário:

  1. Realmente este filme é o que o texto acima diz. Muito bom, aliás ótimo; tanto que vou baixá-lo para assistir novamente.
    Joel/Uberlãndia -Mg

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